quinta-feira, 7 de março de 2013

[Crítica] As Vantagens de ser Invisível


As Vantagens de Ser Invisível é o típico filme de amadurecimento na juventude no colegial. Porém, o que poderia ser mais uma visão comum, por seu lado politicamente incorreto e liberal, acaba desconstruindo alguns tabus que esse tipo de filme acaba por enfrentar. Isso, sem contar toda a dedicação em torno do filme, torna impossível de não se deixar levar por esse trabalho.

A história é narrada por um adolescente tímido e impopular que descreve a sua vida em uma série de cartas para uma pessoa anônima e explora as fases difíceis da adolescência, incluindo o uso de drogas e sexualidade.

O roteiro é sempre inteligente em provocar diálogos verossímeis, e encaixar pequenos momentos, para depois os desenvolvê-los de uma forma mais tocante. A forma como a psicologia dos personagens é explorada é extremamente delicada e inteligente, e por cada um ter uma história única, conseguimos nos importar com cada um deles (a doença de Charlie, a fraqueza de Sam e o carisma de Patrick..).

Claro, As Vantagens não consegue fugir de todos os estereótipos do colegial, e as partes que retratam o cotidiano das divisões de grupos não são novas. Porém, por causa de seu lado politicamente incorreto e liberal (o fato do garoto mais popular ser gay é surpreendente) faz com que nos lembremos muito mais de Na Estrada, por exemplo, do que um High School Musical (esse passa longe).

A direção é mais do que brilhante: Chbosky coloca sempre uma fotografia plausível com o estado psicológico do protagonista e consegue tratar uma linha de narrativa rápida e instigante. As partes mais dramáticas também são muito bem exploradas ( destaque para a genial trilha sonora), e principalmente os momentos de crise esquizofrênica conseguem explicar bem e marcar grande presença.
A forma como o diretor contempla a adolescência e, em alguns momentos, consegue passar o natural sentimento de nostalgia infantil faz com que nos identifiquemos facilmente.

Tudo isso se desmontaria se não fosse a dedicação do elenco. Logan Lerman (que atuou de forma péssima em O Ladrão de Raios) consegue passar sua timidez, com seus momentos de felicidade extremamente sinceros. Emma Watson nos faz esquecer da Hermione após um segundo na tela. Ezra Miller faz o jeito homossexual de forma convencível, mas ao mesmo tempo nos faz perceber que é um personagem forte.
Com alguns momentos de reflexão sobre o amor, a morte, a homossexualidade e a culpa, As Vantagens de ser Invisível não é só um dos filmes mais inteligentes do ano, mas como também um dos mais emocionantes.

Fica claro que esse longa metragem é a prova de que nem toda obra com o tema adolescência precisa ser burra ou se tratar de superficialidades, mas sim entender esse processo da vida e passar uma mensagem de questionamentos.

Ouviu, Crepúsculo?

NOTA:





9 Jokers!





Trailer:

0 comentários:

Postar um comentário