quinta-feira, 7 de março de 2013

[Crítica] Looper - Assassinos do Futuro


Não é novidade para ninguém que Hollywood enfrenta um bloqueio criativo, e por mais que algumas adaptações deem certo, falta um pouco de ousadia nos estúdios e nos cineastas para, além de criar uma história nova, fazer algo pesado, como há tempos não vemos no cinema. É para tempos como esses que surge Looper - Assassinos do Futuro, para quem sabe, voltar a iluminar o cinema americano.

Na trama, os chamados Loopers são enviados do futuro para o presente, e aqui matam criminosos antes que os crimes sejam cometidos. Willis e Gordon-Levitt viverão o mesmo personagem nesses dois planos temporais, um homem enviado ao passado para matar a si mesmo.

O roteiro 100% original de Rian Johnson (que também é diretor) é o maior triunfo da produção. A começar pela distopia cheia de conceitos curiosos, retratando uma sociedade disfuncional e forma como tudo é afetado em relação a isso. Durante a narrativa inteira, conceitos clássicos de viagem no tempo vão sendo explorados, brincando sempre com paradoxos - e se transformando em algo mais complexo do que imaginávamos. Também é uma das únicas vezes em que vemos o fator da Viagem do Tempo sendo tratado sem nenhum glamour, mas sim como um problema. Looper é uma mescla perfeita dos filmes de máfia, distópicos e de ficção científica.

O primeiro ato é extremamente eficiente em apresentar todos os conceitos e elementos desse novo mundo com sutileza, para mais tarde descobrirmos o quão importantes são para o decorrer da história. As pistas estão lá, e só tornam as reviravoltas mais chocantes.
A direção também é perfeita: Johnson consegue criar uma atmosfera de tensão contrastando o clima (pelo som principalmente) entre o leve e o urgente, para os acontecimentos-chave da narrativa ficarem ainda mais pesados. Claro que a quantidade de sangue colabora com isso - mesmo sem exagerar para tentar ser sensacionalista.
O vilão é um dos grandes focos da tensão. No inicio parece extremamente inocente, mas com a trilha sonora chamativa, o slow motion (muito bem utilizado, exatamente por ser, de fato, necessário) e a convincente atuação de Pierce Gagnon, sabemos o quão perigoso pode ser esse personagem, que além de tudo, é o principal fator dramático de todo o longa.
De novo no quesito atuação, a que mais se destaca é a de Joseph Gordon Levitt, que além de ter uma extrema colaboração em seu visual (seu rosto foi alterado para ficar mais simétrico), também pega os trejeitos clássicos de Bruce Willis - desde a voz mansa ao olhar misterioso.
Mesmo que tenha muita coisa familiar com outra obra de viagem no tempo, O Exterminador do Futuro, o ato final, que em sua extrema genialidade e ousadia quebra todos os estigmas e foge de comparações.
Ao final só podemos parabenizar pela criatividade e ousadia da produção. Looper - Assassinos do Futuro é a surpresa do ano, e bate de frente com todas as outras adaptações que ganharam mais foco da mídia (talvez este até as supere).

NOTA:






9 Jokers!




Trailer:


NOTAS DA EQUIPE:
Vinicius: 9/10
Rafael:   8/10
Gustavo: 8/10
...

0 comentários:

Postar um comentário