quinta-feira, 7 de março de 2013

[Crítica] Prometheus


Infelizmente não são todas as pessoas que conhecem Ridley Scott por seu trabalho em "Blade Runner". Grande parte se limita a apenas assistir o ganhador do Oscar, Gladiador (que não é grande coisa). O diretor não fazia um trabalho decente há 30 anos. Prometheus, se me permite o trocadilho, prometia. Prometia mais uma obra questionadora e filosófica. Mas eai, Prometheus "cumprius"?

Começamos quando a religiosa Elizabeth Shaw, em uma expedição, acha uma pintura de caverna. Ao pesquisarem na antiga história, descobrem que é muito estranho civilizações sem nenhuma ligação terem pitado a mesma coisa. Os cientistas acham que se trata de um convite extraterrestre. Ao pegar as coordenadas dos desenhos, descobrem um novo planeta que pode habitar vida. Então, a Weyland Corporation organiza uma viagem espacial secreta, em uma nave da alta tecnologia, com grandes recursos, chamada Prometheus.

Premissa interessante, não é mesmo? Familiar também? Pois é, se você (assim como eu) é fascinado pelo livro "Eram os deuses astronautas?" de Erich von Däniken, vai saber exatamente sobre o que se trata o filme. Engraçado é que, a primeira metade do filme tenta desesperadamente ser um 2001, ou um Blade Runner. Temos até um android na nave: David, interpretado por Michael Fassbender, em uma brilhante atuação, com um olhar distante e frio (sem contar o ótimo trabalho de voz). Dra. Shaw também é uma personagem profunda, onde suas crenças são questionadas quase toda hora e seu passado é intrigante. Mas os outros porém, parecem ser muito normais para estar em uma missão tão grandiosa quanto essa. Os coadjuvantes são rasos, e compostos por arquétipos clichês, com diálogos totalmente dispensáveis.
Mas como eu disse, o longa traz questionamentos muito interessantes. Durante o tempo todo são jogados diálogos que batem de frente a religião com a ciência. David ajuda muito nisso, e ele representa o que seria a humanidade diante de seus criadores. A curiosidade vai movimentando o clímax de Prometheus, que são tristemente esquecidas no desfecho. Toda a inteligencia que o filme apresentava em sua primeira parte é deixada de lado para uma segunda parte fraca, que cai na mesmice de outros blockbusters. Ok, as cenas são empolgantes, os efeitos especiais realmente convincentes, assim como os cenários, porém, a impressão deixada é que todos os questionamentos ideológicos foram colocados ali à toa, perdidos como "lágrimas na chuva".
A narrativa é completamente deficiente, onde todos os conflitos são apenas apresentados no último ato, eliminando quase todos os personagens, e parecendo mais um daqueles filmes catástrofe. Não era isso que todos esperavam. O hype criado em torno do filme deixou a entender de que seria a grande obra de ficção científica dessa geração. Na realidade foi uma obra que tinha tudo para desenvolver melhor tanto seus personagens quanto seus questionamentos, mas acabou cedendo ao apelo comercial, e colocou cenas de ação forçadas, com uma narrativa nada sutil.
Outro ponto fraco é que, Prometheus deveria ser uma prequel de Alien, o 8º Passageiro , porém não se encaixa com a história, como no caso que as luas visitadas pelas naves são diferentes nos filmes, e isso pode ser tratado como um furo de roteiro. O que fica óbvio com o final do longa, é que Prometheus não se sustenta sozinho, e precisa desesperadamente de uma continuação. Parece que o filme ficou só na promessa.

PS: Não saia apressadamente da sala, pois tem uma cena depois do final, onde Ridley Scott tenta consertar as coisas fazendo uma pequena (ou grande, dependendo do seu grau de fanatismo) homenagem para os fãs da franquia Alien.

NOTA:





7 Jokers




Trailer:


NOTAS DA EQUIPE:
Gustavo: 7/10
Vinicius:  7/10
...

0 comentários:

Postar um comentário