Muitos já se foi reclamado e gritado sobre o adiamento da continuação de G.I. JOE 2 - filme que dá continuidade à uma série baseada em brinquedos. O motivo, claro, foi estritamente comercial, longe de artístico. Só isso, além do pobre primeiro filme, indicavam que Retaliação seria mais uma bomba facilmente esquecível, como Os Vingadores (chupa!).
Sinopse: Um acordo entre as grandes potências define a redução das ogivas nucleares no mundo todo, mas os Estados Unidos, comandados pela organização Cobra, desconsideram o acerto e dão ínicio a um plano de proporções alarmantes. Enquanto isso, seguindo as ordens do presidente americano (Jonathan Pryce), o esquadrão de elite G.I. Joe é acusado de traição e, após ser atacado brutalmente, tem vários de seus integrantes mortos em combate. Agora, os poucos que sobreviveram vão contar com a ajuda do criador dos G.I. Joe, Joe Colton (Bruce Willis), para, liderados por Roadblock (Dwayne Johnson), revidar o ataque em grande estilo.
Já se mostrando ousado logo no inicio quando mata seu protagonista mocinho, G.I. JOE 2 me chocou ao mostrar que não é genérico, mas sim ambiciona algo.
Claro, ele está longe de ser uma revolução na indústria. Ele segue aos protocolos comerciais para agradar o grande público: o humor moderninho, a trilha sonora intrusiva, glamourização de seus heróis, frases de efeito claramente planejadas e até um exagero quanto o timing da catarse. Mas tudo faz parte. Como disse, não adianta egoísmo, existem tipos e tipos de cinema e você se sairá melhor se entrar em todos eles. Esse tipo de ação trash é muito bem executado aqui.
A parte técnica é genial - o 3D, por mais que inútil na maior parte do tempo, quando surge colabora perfeitamente com a ação. As cenas de ação são delirantes, muito bem filmadas, um domínio perfeito do visual que combinado com todo o design (os figurinos são descolados demais, isso é inegável) formam cenas impecáveis. Maior prova disso é a sequência toda da batalha nas montanhas - uma das coisas mais geniais que vi nos últimos anos.
Melhor ainda é ver que se livraram dos atores modinha (tipo o Tattum) pra dar espaço pra gênios do cinema clássico de ação, como Bruce Willis e The Rock. Eles formam grandes personagens (e claro, também tem Adrianne Palicki *_*).
Todos esses motivos acima já configurariam um ótimo filme. Mas vai além. É a volta do sci-fi político/conspiratório, que não dava as caras já faz um tempo. É preciso perceber, por exemplo, as semelhanças do presidente falso (e do mal) com o governo Bush: invadir outros países atrás de ogivas, mentir, ser corrupto. Tem até uma menção à Fox News (meus olhos brilharam nessa cena!!). Óbvio, é tudo metafórico, mas serve como um belo alerta.
Resumindo: vá se distrair com G.I. JOE 2 e esteja disposto a ver seu significado e proposta. Cinema de ação é bem mais do que você pensa.
NOTA:
9 Jokers!
Trailer:
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