quinta-feira, 7 de março de 2013

[Crítica] O Corvo


Não é segredo para ninguém que Edgar Allan Poe ( 1809 - 1849) foi um grande autor e que revolucionou o estilo de escrita de muitos naquela época. Foi praticamente o pioneiro de todo o suspense, mistério e terror na literatura (ele criou quase todos os elementos que hoje são considerados "clichês"). Sua escrita é melancólica e sombria, mas de vez em quando, ele largava um pouco do mistério e ia para poesias românticas. Mas sua vida sempre foi muito triste. Mãe, esposas e amigos mortos. Pai e padrasto o abandonaram. Foi expulso da escola e do exército por causa de jogatina e bebedeira. E quando veio a notícia de que seria feito uma adaptação de seus contos, mesclada com sua vida, todos os seus fãs pararam. A expectativa era enorme. O filme proporciona uma experiência inédita aos fãs, que é, desfrutar uma história junto com seu autor, e seu o estilo de contos. E nisso, "O Corvo", não falha. Ou quase isso.

Na trama, uma série de assassinatos vem rodando a sombria cidade de Baltimore. O escritor Edgar Allan Poe está em baixa, com bloqueio criativo, cheio de dívidas e mais do que nunca, alcoólatra. Qual a conexão? Os assassinatos tem em base, as mesmas características dos contos de Poe. A policia está atrás desse maníaco, e pede ajuda para Poe identificar e ajudá-los nessa investigação. O filme é conduzido com suspenses e partes de tensão. Ao mesmo tempo, temos um conflito amoroso, onde Poe ama uma jovem rica chamada Emily, mas seu pai odeia o autor. Pegue a base de Sherlock Holmes e o some com baixo orçamento e uma narrativa sombria, que temos O Corvo. A caracterização é muito bem feita, mas podemos ver claramente a falta de dinheiro nas cenas de ação, que são muito mal feitas (sangue falso e continuidade confusa). John Cusack está em um dos seus piores trabalhos, e exagera nas reações raivosas e românticas de Poe (que sempre foi conhecido por ser sombrio, não esquentado). O romance, realmente é uma das piores coisas do filme: toma um destaque desnecessário e é cheio de clichês cansativos.
Apesar de ter sido lançado esse final de semana, o filme parece que foi feito no século passado (podemos ver isso no roteiro e nas técnicas). Parece que o diretor McTeigue não entendeu que os livros do Poe são clássicos, não essa adaptação, que tinha como função ter apenas o resultado final caracterizado, e não precisava usar técnicas antiquadas. Mas não pense que temos apenas erros aqui. Como disse, a experiência dos já familiarizados com o trabalho do escritor, é única. Poderão decifrar os mistérios junto com o autor. Captar os easter eggs, e se maravilhar com os detalhes biográficos ( o filme oferece uma resposta ficcional à misteriosa morte do autor).
O mistério foi conduzido com extrema perfeição no inicio, apontando tudo para seu clímax final. Mas o filme desaba em se apressar no roteiro, e tudo é resolvido com uma velocidade indigerível. As pessoas que não conhecem nada de Edgar Allan Poe sairão prejudicadas ( tanto que, em minha sala ninguém entendeu porquê os "poe-maniacos" estavam batendo palmas).

NOTA:





5 Jokers


Trailer: 



NOTAS DA EQUIPE:
Vinicius: 5/10
Gustavo: 3/10
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