Em 1991 chegava aos cinemas a sequência de O Exterminador do Futuro, que fechava de forma magistral a franquia, e ninguém imaginava uma continuação. Porém, 12 anos depois foi decidido que A Rebelião das Máquinas iria continuar uma história já fechada. Essa terceira parte, apesar de ser boa, não chega aos pés dos filmes de James Camaron. Engraçado são as semelhanças de uma situação que enfrentamos hoje, em O Legado Bourne.
A Trilogia Bourne é um inquestionável marco nos filmes de ação, e seus dois últimos filmes, que marcam a chegada de Paul Greengrass, são os mais ambiciosos, e meus favoritos. A história do "Espião Sem Memória" já havia sido contada e finalizada. Não precisava de continuação. Mas quando o dinheiro fala alto, os estúdios acabam cedendo às pressões...
O Legado Bourne se passa entre A Supremacia e O Ultimato, contando uma história paralela à de Jason. A Inteligência quer eliminar todos os seus projetos, para não deixar vestígios e informações. Para isso, começa uma caçada à todos que sabiam dos podres políticos - isso, incluindo os espiões. Então, Aaron Cross precisa fugir do Governo (junto com dra. Shearing) e achar um antídoto para as pílulas com quais tinha dependência. Mais uma vez, o tom de urgência é extremo. A trama, porém, é rasa, e ao invés de expandir o universo da antiga trilogia, só deixa mais pontas soltas para uma futura continuação.
Ora, se vão abrir uma história já perfeitamente fechada, por que não dar motivos pra isso? O novo Bourne perde as características antigas, e se torna apenas um filme genérico de espionagem. Porém, nem mesmo as cenas de ação e perseguição - que apesar de serem boas - chegam aos pés das criadas pelo excelente diretor Paul Greengrass (que abandonou a franquia). Tony Gilroy assumiu o manto para controlar o longa, e investe mais em cenas de tensão (em especial, a do médico que surta do nada e comete um assassinato em massa no laboratório) do que em emoção. Um caminho diferente, que não nos deixa tão revoltados.
Jeremy Renner é o novo protagonista, mas que, apesar de não chegar aos pés de Matt Damon com sua frieza, faz um bom trabalho. Seu carisma natural, com um tom de ironia, faz com que nos importemos com o personagem. E o vilão é feito pelo Edward Norton. Ponto, não precisa de mais nada.
A narrativa traz alguns dos personagens que já estávamos familiarizados, com referências ao Jason Bourne e acontecimentos que já vimos. Mas faltou coragem ao roteirista, que investe em fórmulas batidas de filmes de ação, e que dificilmente nos faz pensar "Ah, esse é um Bourne!".
Essa é a impressão que fica: uma produção regular, que fica na sombra de seus anteriores e não justifica seu lançamento. Ao menos, com o final ao som de Extreme Ways, ficamos com a nostalgia de querer voltar no tempo de Matt Damon.
NOTA:
5 Jokers
Trailer:
NOTAS DA EQUIPE:
Gustavo: 8/10
Pedro: 8/10
Vinicius: 5/10
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